Itaipu, Causa Nacional

Este projeto visa promover a participação informada da cidadania paraguaia por um acordo justo e transparente na hidrelétrica de Itaipu, partilhada com o Brasil e sujeita a uma renegocição em 2023.

A primeira contribuição de DEMOS para este esforço foi preparar um estudo sobre a riqueza energética perdida no Paraguai nesta usina. As principais conclusões foram apresentadas em um evento público em Assunção, em abril de 2019, e serão publicadas num livro pela editora El Lector.    

Nenhuma outra represa hidrelétrica no mundo tem gerado tanta energia quanto Itaipu. Sua construção no rio Paraná é o resultado de um tratado assinado em 1973, após uma negociação secreta liderada por dois governos autocráticos. O acordo consagra a distribuição equitativa da energia produzida. Mas tem obrigado o Paraguai a ceder a potência não utilizada ao Brasil a valores muito abaixo do preço de mercado.

Para calcular a riqueza energética perdida do Paraguai, DEMOS criou uma extensa base de dados cobrindo os anos em que foram feitas exportações de energia para o Brasil, de 1985 a 2018. O banco de dados foi elaborado com informações de Itaipu e diversas fontes autorizadas do Brasil. Esta informação mostra que se o Paraguai tivesse conseguido um preço justo de mercado por essas exportações, ao longo desses 34 anos poderia ter:

  • Recebido uma receita adicional de 75,4 bilhões de dólares; valor próximo ao PIB gerado pelo Paraguai em 2017 e 2018.

  • Dinamizado a economia nacional e gerado 147,2 bilhões de dólares em crescimento adicional; montante equivalente ao PIB do Paraguai nos últimos quatro anos.

  • Duplicado o investimento público em educação e saúde e usado o excedente de 33,4 bilhões de dólares para modernizar a infraestrutura do país e aliviar a pobreza.

Entre 1985 e 2018, o Brasil se apropriou de 86% da riqueza energética de Itaipu, enquanto o Paraguai recebeu apenas 14%. Com uma distribuição justa dessa riqueza, o Paraguai poderia ter sido outro país.

Veja a apresentação do DEMOS feita em 8 de abril de 2019 (em espanhol).

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"Paraguay dejó de recibir USD 75.400 millones por energía cedida de Itaipú"

¿Cómo se elaboró el reporte? -El objetivo del estudio siempre fue calcular cuánto era el valor de la energía que el Paraguay cedió al Brasil, cuál hubiera sido un precio justo de mercado. Trabajé sobre la fórmula de Jeffrey Sachs, hablé mucho con su equipo y en algunas cosas les faltó apretar un poco más el rigor.

"Paraguay debe hacer una estrategia plus para renegociar el Tratado de Itaipú" " Ñanduti

Actualidad, X-Destacados " El experto Miguel Carter, director de DEMOS - Centro para la Democracia, la Creatividad y la Inclusión Social y Ph.D Columbia University, New York puso como ejemplo la historia bíblica de David contra Goliat, dado que a priori Brasil es un gigante con diplomáticos y negociadores más preparados que los paraguayos, pero que, sin embargo, se puede armar una estrategia para lograr buenos resultados.

Paraguay solo aprovechó el 14% de la Itaipú en 33 años, afirma Carter

El politólogo Miguel Carter presentó ayer las conclusiones de su informe sobre la riqueza perdida de Paraguay en Itaipú. El país dejó de ingresar USD 75.400 millones y solo comió el 14% de la torta.

Crédito de imagen: Alexandre Marchitti (portada), APPG (evento).